Quanto mais eu vivo, mais eu perco a esperança nos humanos, é inacreditável a capacidade que o ser humano tem de me surpreender negativamente.
Vou descrever duas histórias aqui, duas que eu vi acontecer no mesmo dia.
Primeira: Dez horas da manhã de um domingo, muitas pessoas devendo estar dormindo ou querendo ficar relaxadas em sua casa para descansar da semana e se preparar para a próxima, querendo silêncio para tanto, um cidadão no edifício que moro começa a buzinar no seu carro, não sei se queria vender a buzina, estava consertando ela ou queria apressar alguém, mas nada justifica o mesmo ficar buzinando insistentemente, atrapalhando o sossego alheio em pleno domingo. Há de se concordar que barulho de buzina, não é nem um pouco agradável.
Segunda: Logo após o almoço de domingo em um restaurante, uma pessoa que estava almoçando comigo, foi buscar a sobremesa, e veio indignada (com razão) e indignando os demais da mesa, ela notou que em uma das travessas de sobremesa de duas camadas (baunilha embaixo e chocolate acima) algum ser de inteligência inigualável, retirou somente a camada de cima da sobremesa, tirando o chocolate e deixando somente a baunilha debaixo. Com certeza esse elemento não pensou que mais alguém poderia querer o chocolate.
É triste ir perdendo a esperança assim no ser humano, mas todos os fatos que vejo e me contam, me levam a isso.
Não sou perfeito, eu sei, mas não cometo erros dessa magnitude, sempre penso se meus atos prejudicam o bem-estar ou a vida dos que me rodeiam.
Posso não ajudar sempre, mas pelo menos não atrapalho.
Espero que lendo isso, as pessoas façam diferente, pensem nos outros.
O Ministério da Educação distribuiu para quase meio milhão de alunos um livro de português que defende um novo conceito sobre o uso da língua portuguesa. Não teria mais “certo ou errado”, e sim “adequado ou inadequado”, dependendo da situação. Entretanto o Ministério esclareceu que a norma culta da língua portuguesa será sempre a exigida nas provas e avaliações.
Quando eu estava no primeiro ano do grupo escolar e falávamos errado, a professora nos corrigia, porque estava nos preparando para vencer na vida. É notório que o conhecimento liberta, forma eleitores e contribuintes conscientes, gente que cresce e faz o país crescer. É notório que o conhecimento vem da educação na escola, em casa e na vida. E é óbvio que a raiz de tudo está na capacidade de se comunicar, está na linguagem escrita, que transmite e difunde o conhecimento e o pensamento. Isso é o que diferencia o homem dos outros animais. A educação liberta e trona a vida melhor, nos livra da ignorância, que é a condenação à vida difícil. Quem for nivelado por baixo terá a vida nivelada por baixo. Pois, ironicamente, esse livro se chama “Por uma vida melhor”. Se fosse apenas uma questão de linguística, tudo bem. Acontece que o que está em jogo é o currículo de quase meio milhão de alunos. E é abonado pelo Ministério da Educação. Na moda do politicamente correto, defende-se o endosso a falar errado para evitar o preconceito linguístico.
Ainda hoje, todos viram o chefão do FMI algemado. No Brasil ele não seria algemado porque não ofereceria risco. No Brasil, algemas constrangem os detidos. Aqui, os alunos analfabetos passam automaticamente de ano para não serem constrangidos. Aboliu-se o mérito e agora aprova-se a frase errada para não constranger.
Outro dia me peguei pensando: "Quantas pessoas lutaram e até morreram para termos a democracia hoje?"
Com certeza não foram poucas, muitas brigaram, enfrentaram políticos, policiais, imprensa, para que hoje tivéssemos nossas opiniões respeitadas na forma de voto. Durante a ditadura, pessoas torturadas, desaparecidas e encontradas mortas, tudo para que eu e você pudéssemos hoje eleger nos representantes, não ter que ter eles engolidos goela abaixo.
O que fizemos com tal direito? Vendemos por míseros reais, carradas de areia, dentaduras, tanques de gasolina, etc. Tiramos proveito durante a eleição, de forma egoísta, dos políticos e os elegemos, como se fossem cidadãos que merecessem tal voto de confiança. Confiança? Como assim? Se ele já foi corrupto na época da eleição, imagina depois de eleito. Ele vai querer recuperar o que ele gastou em campanha, e quem paga o pato? O mesmo pato que o elegeu, mas pior, paga o pato também, quem não votou no corrupto, que tentou votar certo e alguém que, pelo menos, pareceu honesto, não no que já foi desonesto desde o começo.
Se não votarmos conscientes por nós, pelos menos pelos que morreram para que tenhamos esse direito, pelos nossos filhos que herdarão nossa política.
Pensamos no coletivo, no futuro, nos benefícios que teremos ao elegermos pessoas sérias.
Muitos pensam que não existem mais políticos honestos e compromissados, mas eu ainda acredito que existe, é como separar o joio do trigo, mas ainda existem.
E escrevo mais, os que já estão lá podem ser os políticos certos, basta que a população os pressionem para fazer o certo, os fiscalizem e exijam que trabalhem honestamente, é o que está precisando. Parar de se preocupar tanto com futebol, carnaval, com as piadas dos humoristas e se preocupar com que realmente interessa, nossa saúde, educação, lazer. E quem resolve esses problemas são os políticos.
Um mero brasileiro, na luta pela sobrevivência, amando e sendo amado, com vários motivos para ser feliz, mas preocupado com o caminho que o mundo e as pessoas se direcionam.
Adora os amigos e família.
Sem religião e ateu, pode-se dizer que minha religião é não fazer mal a ninguém e sempre que possível fazer o bem.
Respeito e Educação, para mim, é fundamental, em tudo.